Poemas bonitos

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Encontrados 988 pensamentos de poemas bonitos

Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Fernando Pessoa

Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa

Eu não sei falar de mim

Eu não sei falar de mim
Só sei falar do que amo
E do que não amo falo pouco

Amo minha família, amigos, animais...
E por aquele garoto eu ainda não sei o que sinto
Porque ele me faz ficar triste e alegre ao mesmo tempo

Eu não falo sobre ele
Só penso, penso, penso...
Tanto que chego a sentir seu cheiro de praia

Ele me disse pra eu acreditar no amor
Que faz nascer em mim a vontade de escrever poesias
Pra expressar aquilo que é proibido dizer

Eu sei o que preciso
Mas não sei como o consigo
E eu já joguei este jogo antes

Tem coisas que a gente nunca aprende
E cada coração tem seu segredo
Um código secreto que a cada dia vai sendo decifrado

O amor é como a matemática
Todo mundo sabe que existe e convivem com ela
Mas a maioria não a compreende e prefere parar de tentar.

Ellen Samille C. Borges

Eu sou do tamanho daquilo que vejo não do tamanho da minha altura..

essa é por me zuarem de anãzinha rs..

fernando pessoa

Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar. –
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...

Fernando Pessoa

Existe a vaidade de ter, mas também a vaidade de dar e de gastar.
A vaidade é a auto-satisfação que decorre da presunção de que se é admirado.
A modéstia ostensiva nada mais é do que a vaidade disfarçada.

Valter da Rosa Borges

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.Difícil
é entender que poucas vão te aceitar com és e,te fazer
FELIZ...

Carlos Drummond

Falam por mim os que estavam sujos de tristeza e feroz desgosto de tudo,
que entraram no cinema com a aflição de ratos fugindo da vida,
são duas horas de anestesia, ouçamos um pouco de música, visitemos no escuro as imagens - e te descobriram e salvaram-se.

Carlos Drummond de Andrade

Falamos do que não sabemos,
porque a morte nos espanta
e dói a mortalidade.

O que é ser imortal?

Valter da Rosa Borges

Falar é completamente fácil,
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.

Carlos Drummond de Andrade

Falas tanto de tua dor.
Queres ficar bom ou cultivar a dor?

A dor valorizada se transforma em vício.

Parece paradoxal, mas o cultivo da dor pode ser uma forma de preencher o tempo vazio.

Quem tem muito o que fazer, não tem tempo disponível para dedicar-se à dor.
Afinal, a dor nunca é boa companhia.

Valter da Rosa Borges

Fatos se tornam sonhos
e sonhos se tornam fatos.

Qual deles é o real?

O fato que já passou?
O sonho que ainda é sonho?

Valter da Rosa Borges

Felismente existe o álcool na vida.
Uns tomar éter, outros, cocaína.
Eu tomo alegria!
Minha ternura dentuca é dissimulada.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Estou farto do lirismo comedido.
Como deve ser bom gostar de uma feia!
Pura ou degradada até a última baixeza
eu quero a estrela da manha.
... os corpos se entendem, mas as almas nao.
- Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.

Carlos Drummond de Andrade

Gosto quando te calas

Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

Pablo Neruda

Há algo imóvel,
que move tudo.

Há o vazio
em todas as coisas.

Há o silêncio
por trás de todos os ruídos.

Há uma essência
comum a todos os seres.

Há o imortal escondido
em todas as mortes.

Há o eterno disfarçado
em todas as aparências
do transitório.

Valter da Rosa Borges

Há muitos mundos possíveis.

Há muitos de nós possíveis:
só esperam acontecer.

Valter da Rosa Borges

Há pessoas cujo cepticismo é uma neurose. A negação sistemática constitui a forma de afirmação de sua personalidade. Negar sempre, mesmo contra todas as evidências, desconfiar de tudo, menos do seu julgamento, é o orgasmo da sua paranóia.
Há alguns que ainda vão mais além, e declaram que nem siquer confiam no seu próprio discernimento. Mas, apesar disso, se consideram o dono único e absoluto da verdade.
Ouvi-los sobre qualquer assunto, não é apenas uma perda de tempo, mas um sacrifício inútil que impomos a nós mesmos.

Valter da Rosa Borges

Há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência."

Pablo Neruda

Há uma verdade absoluta: a que cada um tem a sua própria verdade.
Há pessoas, no entanto, que vivem à procura da verdade nos outros. E há outras que procuram impor sua verdade aos outros.
Umas querem ser escravizadas. Outras querem escravizar.
Quem precisa de senhor, tem vocação de escravo.
Quem escraviza, precisa de escravos.
E se precisa de escravos, é porque não alcançou a liberdade.

Valter da Rosa Borges

Horizonte

O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
Splendia sobre sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.

Fernando Pessoa

Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.

Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.

Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.

(Desconfio que escrevi um poema.)

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade

Inabalável!

Vulcões no Chile
Terremotos na China
Ciclone em Mianmar
E o nosso amor continua
Inabalável!

Furacões no Norte
Tremores no Sul
A América não é mais a mesma...
Mas nossa paixão continua
Inabalável!

Derretem as geleiras
Avançam os oceanos
Quem poderá deter a fúria da natureza?
Mas a distância que nos separa continua
Inabalável!

Fumaça cobrindo a cidade
Chove cinzas,
Chove granizo,
Mas o mesmo céu que nos une continua
Inabalável!

Aquecimento global
Ameaça de extinção
O homem e o animal
Iguais diante da destruição

Depois que tudo acabar
O que irá sobrar?
Só restará o amor
Que é inabalável dentro de nós!

Ellen Samille C. Borges

Inventamos a linha reta
e queremos que nossa vida
seja uma linha reta.
A Vida não é geometria,
mas uma farra de formas.
Há coisa mais monótona
do que o corredor?
Ele é ótimo para as correntes de ar
e os fantasmas.
A vida é um labirinto
cheio de passos e de impasses.
A vida é o caos que o homem tenta
inutilmente disciplinar.
Só o caos é criativo.
A ordem produz rotinas
e é repressora do inédito.
Quando o caos se cansa,
vira ordem.

Valter da Rosa Borges

Valter da Rosa Borges

Já disseram que somos deuses.
O que é ser um deus?
Nem mesmo sequer sabemos
o que é ser humano!

Valter da Rosa Borges

Já não me importo

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.

Fernando Pessoa


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