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És nova, inexperiente, e o amor bateu-te à porta.

Entregaste-te cegamente.
Deste à luz uma criança que não pedis-te, mas a tua vida não ficou por aqui.
Os problemas sucedem-se. O teu amor não trabalha, tu ganhas o salário mínimo, e pagas a luz, a água, a renda, a comida, os vícios dele, e a tudo o que precisa a criança.
E as dívidas, começam...
Deves ao talho, à mercearia, deves a renda. E o teu amado continua sem trabalhar…

Tu tão activa, que após dares à luz, vais trabalhar.
Tão nova e nem os direitos estão a teu lado.
E choras, choras sem ninguém ver.
Em quantos meses é que a tua vida mudou …

Depressão, medicação, pouca sorte, e alguém a teu lado sem vontade de ajudar, sem vontade de ver os sacrifícios e as virtudes que fazem de ti mulher.

Ele realmente manipula-te, e nota-se, nota-se tanto que o amas, e que queres ficar com ele, apesar dos defeitos e dos teus suores de trabalho.

Entregas então a criança aos teus pais, e partes, para onde ninguém te conhece, a não ser o teu amor. E tentas refazer a tua vida, sem uma parte de ti.

Está tão errado...
Esse homem que não vê o quanto o amas, o quanto já deixas-te, o quanto já te sacrificas-te.

Acorda, vê e exige dele, tanto quanto possas.
Refaz a tua vida.
E vai, vai buscar a criança.

Vai buscar aquela que inconscientemente já sente a tua falta, já sonha contigo.
Não queiras a culpa de não a veres crescer. Não queiras os remorsos que a distância te pode vir a trazer.
É como se pudesse ouvir: - Volta mãe, preciso de ti!

E que mais posso eu dizer, de alguém que eu vi escolher o amor de um homem, ao amor da sua própria criança, da sua própria carne, e saber que esse homem, ainda não abriu os olhos para este mundo onde está difícil viver.

Que mais posso eu dizer, de alguém que vi partir arriscando mais do que a sua vida.

Vejo-te.
Mulher forte.
Mulher menina.
Mulher inocente.
Mulher cansada.
Mulher confusa.
Vejo o que não quero ver.

Catarina Portela