H. Dobal-PI: As Chuvas Nas mãos dos ventos as chuvas amorosas



As Chuvas

Nas mãos dos ventos as chuvas amorosas
Vinham cair nos campos de dezembro
E de repente a vida rebentava
Na força muda que as sementes guardam

Nas ramas verdes rebentava a luz
E a doçura transformava
A terra e o gado na pastagem tenra,
Na alegria dos rios renovados

Cheiro de mato e currais suspenso
No ar que os dedos do inverno vão tecendo
Mais uma vez nos campos de dezembro

E nos trovões a tarde acalentada,
Cantigas de viver que a chuva traz
Numa clara certeza repetida

H. Dobal-PI

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