Jorge Reigada: Assistindo a Milagres É, no mínimo, estranha a f



Assistindo a Milagres

É, no mínimo, estranha a forma como se apresentam os milagres. Se é que são milagres, mas como muitos pesquisadores concordam que coincidência não existe...

Conto para vocês um fato passado na terça-feira passada, dia 06 de abril. Por sorte, estava com a máquina na mão e consegui gravar o flagrante.

Quando um “diabinho” vira anjo enviado por Deus.

Eram nove e qualquer coisa da manhã, eu estava na janela enquanto passava um antivírus em minha máquina. Bem abaixo de minha janela fica um ponto de ônibus.

Querendo ou não, acabo escutando os assuntos conversados enquanto as pessoas esperam o ônibus.

Uma senhora conversava num tom choroso, e talvez até estivesse chorando, sobre a dificuldade financeira que vinha passando. O ápice dessa conversa foi quando ela falou um pouco mais alto dizendo, o quanto ela estava triste por não ter dinheiro suficiente para comprar uma Barbie de páscoa para dar a netinha que estava muito doente.

Neste ponto ela realmente me pareceu muito triste a ponto de recostar a cabeça no peito de um homem que a acompanhava (talvez o marido). Ele a abraçou e disse: - Deus irá suprir.

No prédio em frente ao meu mora uma menina terrível, a contar pelos nomes pelos quais sua mãe a chama. Penso até que, no mínimo, ela é surda já que sua mãe grita um bocado.

O mais comum é: - Você é uma diabinha.

Foi aí que os caminhos se cruzaram e aconteceu o “milagre”.

Enquanto no ponto do ônibus uma chorava por não ter como comprar a boneca para a neta, a neta de outra pessoa, a diabinha, gritava que não queria, e como atendesse o pedido de uma avó aflita começou a jogar um monte de bonecas pela janela e dentre elas uma Barbie.



Um após o outro, os brinquedos foram caindo até que caiu nada mais do que 2 Barbies e um Ken. De principio a moça do ponto ficou em dúvida mal acreditando nisto. Durante uns 10 minutos ela não se mexeu até que viu os passantes começarem a pegar os brinquedos e levar. Só então ela se deu conta e correu para pegar uma Barbie.

O que achei interessante é que ela só pegou uma boneca deixando o resto. Quando pegou a boneca, juntou as mãos e olhou para o céu com um olhar de agradecimento.




Ela ainda ficou no ponto por mais uns 15 minutos até que, olhando para cima, me viu e perguntou: -O 627 passa por aqui?

Eu informei que o ônibus só passava duas quadras à frente. Ela estava na hora certa no ponto errado, mas sua neta iria ganhar o presente desejado.

Comecei a pensar em honestidade, desonestidade...

Mas, resolvi pensar como os ciganos, achado não é roubado. É sorte! Julguem vocês.

Os brinquedos ainda ficaram pelo chão por um bom tempo até que um por um foram sendo pegos por passantes

Jorge Reigada

Contato Politica de Privacidade Datas Comemorativas Parceiros Facebook Twitter