João Batista dos Santos - Rua Amapá - LondrinaPR: Soneto do Desempregado Em que merda eu estou, meu



Soneto do Desempregado

Em que merda eu estou, meu amor,
Pra te pagar uma coca-cola
Quase tenho que pedir esmola,
E olhe que eu tenho o curso superior!

Procuro trampo seja do que for:
Seja de coveiro, de pegador de bola,
Seja de desentortador de mola,
De puxa-saco ou gigolô...

Aceito qualquer coisa, amada,
Aceito ser vendedor de enciclopédia,
Damo-de-companhia ou quebrador de pedra,

Aceito ser cobaia, limpador de privada,
Degustador de café, caninha,
Experimentador de camisinha...

João Batista dos Santos - Rua Amapá - LondrinaPR

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