O máximo de liberdade
Valter da Rosa Borges
ocorre na solidão.
A liberdade menor
é partilhada com os outros.
Mas, sem eles, de que serve
a máxima liberdade
estéril da solidão?
O meu pensar grande me mostra o quanto sou pequeno.
Antonio Gomes Lacerda
O mistério nasce na distância e morre na intimidade.
Valter da Rosa Borges
O mundo é feito por nós.
Valter da Rosa Borges
Nós somos os nós do mundo
e em tudo estamos atados.
O eu sem nós não existe.
A morte é o eu desatado.
O mundo é mágico.
João Guimarães Rosa
As pessoas não morrem, ficam encantadas.
O mundo é o que tecemos
Valter da Rosa Borges
juntos todos os dias.
Tecelões e tessitura,
somos mãos e somos linhas.
O mundo é carne e tecido,
seres, fatos e coisas
vestindo o nu existir.
O ódio é nosso grilhão: o fantasma cultivado do que já não mais existe.
Valter da Rosa Borges
O país só pode ser bom se os os seus cidadãos o são.
Antonio Gomes Lacerda
O passado cresce como musgo
Valter da Rosa Borges
nas paredes do presente,
até que não haja paredes
livres para o presente.
Até que não haja presente
e nem existam paredes.
O passado é que veio até mim ,como uma nuvem, vem para ser reconhecido;apenas não estou sabendo desifra-lo.
João Guimarães Rosa
O passado tem muitas portas
Valter da Rosa Borges
e, nele, nos perdemos muitas vezes,
sem encontrar a porta do presente.
O pó sonha ser carne.
Valter da Rosa Borges
A carne teme voltar ao pó.
O poder do Estado está na força de uns poucos que lhes foi dada por muitos.
Antonio Gomes Lacerda
O povo é um rebanho sempre a procura de um pastor.Mas, quase sempre, não sabe escolher o pastor.
Valter da Rosa Borges
O povo não entende o sábio. O sábio será sempre uma gota de óleo, boiando na superfície da água plebéia.
Valter da Rosa Borges
O presente nunca é puro:
Valter da Rosa Borges
há sempre as nódoas do passado.
O QUE É O AMOR?
ISAURA ALEXSSANDRA GOMES MERCADO
AMAR É QUERER SEMPRE O BEM DA PESSOA AMADA, É TER SAUDADES ATÉ DAS COISAS QUE NOS INCOMODAM, É GOSTAR DE VÊ-LA DORMINDO, É NOS INTERESSA-NOS MESMO PELAS COISAS QUE NÓS NÃO ENTENDEMOS NELA.
É VER A PESSOA CABENDO TODINHA NO NOSSO FUTURO, E COM O PASSAR DO TEMPO, VER QUE QUANTO MAIS A CONHECEMOS, MAIS A ADMIRAMOS. AMAR É MAIS OU MENOS ISSO.
O que chamamos de real é o nosso relacionamento com os outros, a experiência comum, a vida partilhada. A essa fase de nossa mente denominamos de consciência.
Valter da Rosa Borges
O sonho é, também, um tipo de consciência que não resulta inteiramente das nossas relações com o mundo exterior.
A consciência vigílica nos dá o ser social. A consciência onírica nos dá um ser ina-
preensível pelos padrões da consciência vígil.
O que é a alucinação, senão um conteúdo onírico objetivado? O sonho não é apenas a explicação simbólica dos nossos recalques: é uma atividade autônoma da mente.
Não será a loucura um sonho de que não se acorda? Um sonho com a aparência de vigília? Os hipnotizados também dão a impressão de que estar conscientes das coisas que os rodeiam.
Vigília é a vida psíquica seletiva. O sonho, parece-nos, é vida psíquica total. O fluxo psíquico entre as mentes parece incessante e a vigília nada mais é do que uma interrupção desse fluxo. O nosso eu é uma perturbação desse processo psíquico total.
Observou-se que o estado de plena vigília não dura mais que um minuto ou dois por hora. Assim, as nossas distrações ou "fugas" da realidade externa são mais freqüentes do que pensamos. Há pessoas que, por deficiência da censura ou controle do ego, permanece, por tempo muito longo, no mundo do sonho. A sua vida vigílica se torna, assim, um hiato no seu universo onírico.
Há um universo psíquico paralelo ao universo físico. Uma forma de percepção que não recolhe seu material do mundo físico, embora manipule com os dados desse universo. Contudo, as experiências do mundo psíquico nem sempre coincidem com as do mundo físico. Há um outro eu, movimentando situações e pessoas que não conhecemos na vida vigílica.
O que Deus faz,
Valter da Rosa Borges
faz a Si mesmo,
porque tudo é Ele.
O que é o vento senão
Valter da Rosa Borges
o vazio em movimento?!
O que é o espaço senão
o vazio parado?!
O que é um borrão
Valter da Rosa Borges
senão uma forma sem nome.
Não tem certidão geométrica.
É uma forma sem forma.
Um transgressor chamado amorfo.
Mas, acontece que a vida
é cheia de borrões
e não dos entes geométricos,
que o homem inventou.
O que fazemos no mundo?
Valter da Rosa Borges
O que o mundo nos faz?
O que nós fazemos juntos
(nós e o mundo), um mesmo nó
numa ciranda sem fim?
Como saber a ação,
que iniciou o universo
e seu cósmico bailado?
Se o movimento é eterno,
quem pode parar os átomos
e imobilizar as galáxias?
O que não serve para nós
Valter da Rosa Borges
apenas não nos serve.
Quem percebe
a totalidade
sabe que nada é inútil,
e que as coisas existem
sem explicação.
Se tudo tem um sentido,
qual o sentido do homem,
da flor, da pulga, da estrela?
O que será do guerreiro
Valter da Rosa Borges
se ninguém quiser lutar?!
O saber confere erudição. Mas só a compreensão transforma o vasto saber em sabedoria.
Valter da Rosa Borges