Os que menos sabem governar-se são
Marques de Maricá
os que mais ambicionam governar
os outros.
Os que não sabem aproveitar o tempo dissipam o seu, e fazem perder o alheio.
Marquês Maricá
Os que reclamam para si maior liberdade são os que ordinariamente menos a toleram e permitem nos outros.
Marquês Maricá
Os sábios duvidam mais que os ignorantes; daqui provém a filáucia destes e a modéstia daqueles.
Marquês Maricá
Os sábios falam pouco e dizem muito, generalizando e abstraindo resumem tudo.
Marquês Maricá
Os sábios que são respeitados pelos seus escritos são algumas vezes desprezíveis pelas suas ações.
Marquês Maricá
Os soberbos são ordinariamente ingratos; consideram os benefícios como tributos que se lhes devem.
Marquês Maricá
os sonhos nunca vão embora
rubynei dias
apenas deixamos de caminhar junto com ele.
Os tiranos do amor foram sempre reverenciados.
Carlos Malheiro Dias
Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar.
Marquês Maricá
os tres-mal amados
João Cabral de Melo Neto
Os velhacos têm por admiradores todos os tolos, cujo número é infinito.
Marquês Maricá
Os velhos caluniam o tempo presente atribuindo-lhes os males de que padecem, consequências do passado.
Marquês Maricá
Os velhos dão bons conselhos para se redimirem de ter dado maus exemplos.
Marquês Maricá
Os velhos erram muitas vezes por demasiadamente prudentes, os moços quase sempre por temerários.
Marquês Maricá
Os Três Mal-Amados
João Cabral de Melo Neto
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
Os velhos invejam a saúde e vigor dos moços, estes não invejam o juízo e a prudência dos velhos: uns conhecem o que perderam, os outros desconhecem o que lhes falta.
Marquês Maricá
Os velhos prezam ordinariamente os mortos e desprezam os vivos.
Marquês Maricá
Os velhos que se mostram muito saudosos da sua mocidade não dão uma ideia favorável da maturidade e progresso da sua inteligência.
Marquês Maricá
Os velhos que seguem as modas, presumem rejuvenescer com elas.
Marquês Maricá
Os velhos ruminam o pretérito, os moços antecipam e devoram o futuro.
Marquês Maricá
Os velhos tornam-se nulos e inúteis à força de prudência e circunspecção.
Marquês Maricá
Os vícios, como os cancros, têm a qualidade de corrosivos.
Marquês Maricá
Ouve-se um grito desesperador dentro do meu peito!!!
Anderson Dias Griman
Aquele silêncio que todos vêem fora de mim e não enxerga a dor dentro do meu peito ferido!!!
Meu corpo dói!!!
Minhas pálpebras se esforçam para não regar aquela rosa do Jardim machucado!!!
Palavras jogadas ao vento,já mais voltam ao seu destino de origem.
jose neto
A bondade é a essência da vida de alguém que tem o coração nobre,emoldurado pela alma da felicidade.