Preludiando amor primeiro
Melina Coury
A cada viagem te cabe ir,
pelo prazer da (a)ventura,
já o destino sorri (in)grato,
a Roma do amor primeiro.
Longínqua voz, pede e clama,
diligente acende a memória,
arde toda noite e todo dia.
Olhar fi(n)ca na amplidão,
o mar de acantos à árvore,
no tronco inerte, o sentido,
da intimidade dos corpos.
Por atalhos, foi à saudade,
adentrou ao paraíso ardente,
ainda mais lindo: composto.
E caiu das mãos o tempo,
fez eco em concha aberta,
e as horas fugiram lentas,
alternando seus sentidos.
Assombros nas letras sobem,
conjugada a palavra rubra,
molha, olhar mediterrâneo.
Mas se perdeu tanta rima,
na fonte e eu não sabia,
ter naquele antigo (en)canto,
os vagos tons, de miragens.
Agora à própria lua desponta,
diluindo a hora, em segundos,
querendo terminar a outrora.
Luz clarão deste improviso,
abranda a claridade agora,
projeta aqui à tua sombra,
desejo brincar de saudade.
Melina Coury
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